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Moda inclusiva: como ela impacta o dia a dia de pessoas com deficiência?

Moda inclusiva: como ela impacta o dia a dia de pessoas com deficiência?

A moda é uma maneira não apenas de se manter bem vestido e confortável, é também um recurso para expressão da nossa própria identidade. Assim, a moda inclusiva tem a intenção de atender necessidades específicas de um grupo de pessoas, sem deixar de colaborar para esse tipo de expressão.

Afinal, o termo diversidade nunca foi tão abordado por mídia, internet e empresas dos mais diferentes ramos. Então, precisamos falar sobre esse tipo de moda e como ela impacta positivamente uma parcela significativa da população. Assim, nada mais justo do que oferecer para todas as pessoas a possibilidade de se sentirem bem, com peças funcionais e que contribuem com a autoestima.

Continue a leitura e entenda mais sobre o que é essa moda e como ela faz toda a diferença no dia a dia de pessoas com deficiência!

O que é a moda inclusiva?

A moda inclusiva é um movimento que visa a produção de peças criadas para atender necessidades específicas de pessoas com deficiência. Por exemplo, alguém em uma cadeira de rodas precisa de peças que sejam adequadas para dar conta do dia a dia, seja em acabamento ou comprimento.

O próprio poder de escolha está presente nesse tipo de movimento, que oferece alternativas que sejam compatíveis com o estilo e gosto pessoal desse indivíduo, respeitando e trazendo opções. Podemos dizer que isso contribui para trazer uma moda mais democrática, que atende as pessoas de maneira mais ampla e justa.

As peças são mais confortáveis

Muitas pessoas não param para pensar se é preciso ter alguma diferença em relação às peças de roupa de um cadeirante, deficiente visual ou alguém que utiliza muletas para se locomover. Mas, para trazer mais conforto e melhorar o dia a dia dessas pessoas, é preciso adotar técnicas e truques específicos.

Um cadeirante, que fica em uma mesma posição o dia todo, não vai encontrar conforto em uma peça que é desenhada para ser cheia de costuras, que possui um caimento para quem está de pé. São questões muito óbvias quando pensamos no assunto, porém, é difícil encontrar no mercado versões que sejam compatíveis com esse contexto.

Os detalhes que mudam tudo

Blusas com aberturas em velcro, calças com aberturas laterais para troca de sonda, cós alto para trazer mais conforto, ausência de costuras em locais que podem gerar feridas. Pessoas paraplégicas precisam de acabamentos específicos para que tenham mais autonomia para se vestir.

Ao passo que tetraplégicos precisam de peças as quais facilitem o trabalho de seus cuidadores na hora de se arrumar. Etiquetas em braile para trazer informações básicas sobre a roupa para ajudar deficientes visuais a identificar cor e tamanho. Costuras reforçadas que não saem nos braços quando há contato com muletas.

Todas essas e muitas outras informações precisam ser consideradas na hora de criar uma linha de roupas, se verdadeiramente o fabricante deseja atender todos os públicos.

Essa moda tem a intenção de atender expectativas específicas

Em 2010, o IBGE divulgou que mais de 23% da população no Brasil possui algum tipo de deficiência, que podemos traduzir em mais de 45 milhões de pessoas. E linhas de roupas criadas para a grande massa não atendem a necessidade desse grande grupo, que muitas vezes não tem opção dentro do que precisa.

Por exemplo, pessoas com nanismo possuem grande dificuldade de encontrar peças adultas que sejam compatíveis com seu tamanho e que tenham caimento adequado para ele. Imagine ter que recorrer sempre à sessão de roupas infantis para conseguir roupas adequadas ao seu tamanho.

Sem dúvidas, algo que desperta certo constrangimento, visto que cores, estampas e temas nesse tipo de vestuário são criados para um público infantil, de maneira muito específica. Não é o tipo de peça que vai contribuir para a autoestima de homens e mulheres nos ambientes que frequentam.

Os motivos para criar a moda inclusiva

Primeiramente, empresas que pensam não obter lucro com esse tipo de moda estão equivocadas. Afinal, as leis de cotas ajudaram a ter mais pessoas com deficiência no mercado de trabalho. Portanto, esse grupo possui poder aquisitivo e interesse em adquirir diferentes peças de roupas compatíveis para trabalho, lazer, dia a dia, enfim.

Além disso, a moda inclusiva traz a possibilidade desses grupos estarem iguais às outras pessoas nos ambientes, o que de fato representa o conceito de incluir por meio da moda. Por exemplo, um evento formal, terão peças adequadas ao contexto, o mesmo vale para trabalho e lazer.

Sabemos que as nossas roupas ajudam a impor nossa aparência, influenciam em como seremos tratados nos ambientes, ajudam a nos conectar com outras pessoas e nos encaixar nos locais. Também traz a chance das pessoas se expressarem por meio da sua vestimenta, porque encontrar peças não é mais o desafio, portanto, podem se dedicar a escolher aquelas de acordo com seu estilo, sua maneira de se apresentar para o mundo.

Não podemos esquecer que esse tipo de roupa traz a chance, também, de autonomia, visto que é possível comprar sozinho, por exemplo, quando citamos etiquetas com instruções em braile.

Por fim, essa é a chance de pessoas com deficiência encontrarem peças que não provoquem desconforto, o que pode acontecer quando não consideramos as zonas de pressão. Pessoas cadeirantes, por exemplo, que podem obter feridas quando as roupas apresentam desconforto em zonas de maior pressão.

São fatores que ajudam a manter a autoestima das pessoas com deficiência, dando a chance de utilizarem peças que são funcionais e ao mesmo tempo trazem estilo, condizem com o gosto pessoal.

Essa é a moda inclusiva e tudo o que ela pode fazer para as pessoas, impactando diretamente na vida de uma grande parcela da população, que precisa não somente se vestir, como também apreciar e desfrutar do que a moda tem a oferecer.

Esse movimento faz com que o "problema" esteja em torno da escolha da cor preferida, tecido e estilo de peça, não sobre encontrar de fato algo para vestir, que é o mínimo de direito que as pessoas devem ter. Dessa forma, a moda inclusiva torna a vestimenta mais democrática e possibilita autoestima e diversão, como deve acontecer para todos quando o assunto é moda.

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