Fisioterapia
Prótese e órtese: entenda as diferenças e para que servem

Prótese e órtese: entenda as diferenças e para que servem

Você já parou para pensar qual a diferença do aparelho dental para a dentadura? O aparelho serve para corrigir uma deformidade, enquanto a dentadura cumpre a função do dente que não existe mais. O primeiro é uma órtese e o segundo é uma prótese. Eles têm nomes semelhantes, mas significados diferentes.

As órteses e próteses, em comum, ajudam os pacientes a recuperarem a autonomia e mobilidade, mas apresentam diferenças quanto ao funcionamento. Uma substitui completamente um órgão ou tecido removido e a outra é uma espécie de apoio, que não substitui, mas ajuda no funcionamento de alguma parte do corpo que tenha sido prejudicada.

O que é uma órtese?

A órtese é um dispositivo interno ou externo, que pode ser provisório ou não, utilizado para modificar e ajudar o funcionamento de alguma estrutura do corpo. Serve para alinhar, corrigir ou prevenir alguma deformidade. Existem modelos padrões e outros feitos sob medida.

Exemplos de órteses internas são bombas de infusão, marca-passos e instrumentos para estabilizar a coluna. Já órteses externas podem ser muletas, coletes, bengalas, palmilhas ortopédicas, munhequeiras, joelheiras, colares cervicais, aparelhos gessados, andadores, aparelhos auditivos, lentes de contato, óculos, aparelhos ortodônticos, entre outros.

Existem ainda aquelas que são implantadas total ou parcialmente, como drenos e fixadores externos.

Quais as funções de uma órtese?

• Melhorar ou maximizar a função de um membro;
• Estabilizar ou imobilizar;
• Prevenir ou corrigir alguma deformidade;
• Proteger contra lesões, auxiliar na cura, reabilitar.

Quando a órtese não é indicada?

O tratamento com órtese não trará resultados quando existirem grandes retrações musculares ou padrões motores anormais estabelecidos. Isso costuma acontecer quando o paciente demora para procurar tratamento.

Não é recomendado o uso também em crianças com deficiência mental muito grave, pois elas não conseguem utilizar a órtese de forma eficiente.

Fique atento! A órtese precisa cumprir alguns requisitos básicos:

• Ser feita por profissional ou marca especializados na área, para desempenhar seu papel. Precisa também ser confortável, em alguns casos sob medida para o paciente.

• Precisa ser aceita pelo paciente como um recurso facilitador, caso contrário pode ser uma barreira. A colaboração do paciente é o fator mais importante para o sucesso no tratamento.

• Ser produzida com material confortável e ao mesmo tempo resistente, que se adapte perfeitamente ao corpo, sem estar folgado, nem apertado.

• Quando o paciente consegue realizar as atividades sem o uso da órtese, seu propósito foi cumprido e seu uso pode ser descontinuado.

História das órteses

A palavra órtese é oriunda da palavra grega orthósis. A junção de orthós, que significa reto, direito, com o sufixo is, que em grego significa ação. Ou seja, orthósis é a ação de endireitar, de tornar reto alguma coisa.

O uso das órteses foi registrado na antiguidade pela literatura no tratamento de fraturas, deslocamentos, deformidades congênitas e outros problemas ortopédicos. Para manter um membro melhor posicionado eram utilizados materiais como couro, madeira, borracha e gesso.

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O que é uma prótese?

As próteses são peças que substituem integralmente alguma parte do corpo que foi amputada ou não funciona mais em perfeito estado. Podem ser usadas em processo de recuperação de lesões, deficiências congênitas ou até para fins estéticos.

Podem ser externas, como uma perna mecânica; implantada total ou parcial, como um implante dentário; interna, como a prótese que substitui o coração; ou ainda uma prótese ocular ou mamária.

Impressoras 3D são as responsáveis por capturar detalhes dos membros para projetar e construir próteses que substituem partes do corpo.

Tipos de próteses

Prótese exoesquelética

Em geral, são feitas em resina, PVC, fibra de carbono ou polipropileno. Servem para todos os tipos de amputações e proporcionam sustentação e acabamento estético. Seu principal diferencial é a alta resistência e a pouca necessidade de manutenção. Sua principal desvantagem é a estética, que não transmite muita naturalidade.

Prótese endoesquelética

Pode ser feita em alumínio, aço, titânio ou fibra de carbono. Conhecida como modular, ela é superior esteticamente e funcionalmente aos modelos convencionais, principalmente em articulações de joelho e anca e em amputações transfemorais.

São indicados adaptadores de torção e rotação para dar mais liberdade de movimento ao paciente. Seu diferencial é ser mais leve e confortável, esteticamente melhor e ter melhor funcionalidade. As desvantagens são o custo bem mais elevado e a necessidade de manutenção com frequência.

Sua prescrição deve ser feita com avaliação do fisioterapeuta e demais profissionais responsáveis pelo tratamento do paciente.

História das próteses

Já faz um tempo que a humanidade utiliza algumas ferramentas para substituir membros amputados. Arqueólogos russos encontraram um esqueleto feminino, que data de 2.300 a.c., com o pé esquerdo artificial, uma adaptação de um pé de cabra com uma parte restante da perna.

Os amputados pelas guerras foram os maiores incentivadores para o progresso e evolução das próteses, cada vez mais aperfeiçoadas. Os materiais mais usados para fabricá-las eram couro, madeira, aço, duralumínio e feltro. As peças plásticas chegaram depois e foram consideradas um grande avanço, pela leveza e durabilidade.

Próteses ou órteses em crianças

Em crianças e adolescentes, a colocação e permanência das órteses e próteses requer um acompanhamento muito maior do que em adultos, já que mudam de medidas com muita frequência e as peças precisam estar completamente ajustadas ao corpo, para funcionarem como esperado.

É comum que os pais fiquem em dúvida se é necessária a colocação de uma prótese numa criança, principalmente quando ela já consegue brincar e fazer suas tarefas cotidianas sem a prótese. A resposta para essa dúvida é sim. A prótese não só ajuda no movimento, mas também em muitos casos divide o peso, como uma prótese de braço, por exemplo. Crianças que têm um braço amputado e não usam prótese, normalmente sobrecarregam o membro saudável para compensar as limitações. E isso pode ocasionar problemas como dores ou desgastes nas articulações.

Crianças brincam e muitas vezes se machucam. Com o uso da prótese, ela não será muito prejudicada, caso aconteça alguma fratura com o membro saudável, será muito mais fácil para quem já usa uma prótese enfrentar essas questões. Além disso, a adaptação na infância é muito mais tranquila do que na adolescência ou na vida adulta. As próteses ortopédicas funcionam como ferramenta de inclusão social infantil, já que dá mais autonomia para a criança brincar e socializar.

Tipos de prótese infantil

Existem dois tipos de prótese ortopédica infantil: as estéticas e as mioelétricas.

Próteses estéticas

Geralmente são usadas por crianças com idade entre oito meses e cinco anos. A partir desta faixa etária, já é possível o uso de uma prótese mioelétrica. Fabricadas em silicone, as próteses estéticas reproduzem o membro com precisão e têm uma aparência quase real.

Próteses mioelétricas

Em crianças que já completaram cinco anos, são indicadas as próteses mioelétricas. Os próprios impulsos musculares controlam a prótese. No caso de um braço, permitindo segurar objetos, por exemplo. A depender do modelo de mioprótese, a criança pode fazer atividades mais complexas, como usar uma tesoura ou amarrar os cadarços.

Agora você já sabe a diferença entre uma órtese e uma prótese! Sabia que aqui na Ortoponto você encontra uma variedade de órteses que auxiliam no tratamento de diferentes problemas ortopédicos? Fale com a gente para conhecer!

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